T A X I D A M A

15.11.07

Baita corrida

Um dia de calor massacrante. Eu estava voltando do aeroporto, escutando minha música predileta, ar condicionado ligado, nada de anormal tinha acontecido naquele dia. Foi quando aquela velhinha me fez sinal, vibrei por dentro, pois quase nunca se consegue uma corrida de volta de lá, parei. Comecei a analisar minha passageira, roupas simples, cabelos desgrenhados, olhar humilde. Depois de uma enorme demora e com muita dificuldade ela conseguiu embarcar no carro. Daí veio a decepção: “minha filha, me dá uma carona até o trem pois é muito longe pra eu ir andando”, fiquei tão boba que não consegui dizer uma só palavra, mas tudo bem a distância era pequena, uns 500 MT, e porque não fazer uma boa ação. Pensei: “quando eu estiver velha alguém fará coisa parecida comigo”. Tudo sairia bem se não fosse um pequeno detalhe. O ponto onde ela queria ficar é final de linha de alguns ônibus e impossível de parar. Então parei um pouco antes, mas pra que fui fazer aquilo, ela ficou furiosa, me perguntou se não estava vendo que ela era velha, que tinha dificuldades de locomoção que precisava parar na porta, etc.etc.etc... ninguém merece. Paciência tem limites, e eu também. Falei que se ela quisesse que descesse ali mesmo, pois não queria ganhar multa por causa de uma carona. Estava parada em fila dupla, os carros buzinando atrás, mais um tempão pra velha descer. Enquanto se mexia só não me chamou de santa porque eu não sou, mas já a minha mãe, coitada, foi quem pagou o pato. Imaginem, taxistas que enfrentam diariamente o trânsito maluco das grandes cidades se dessem bola pra esses tipos de coisas, poucos seriam os corações que agüentariam.

27.9.07

Eu estava na ponta quando tocou o telefone, a passageira reconheceu minha voz, me deu bom dia e pediu que fosse até o endereço, tudo bem. Entrou no carro meio enlouquecida,, até aí nada de anormal. Me pediu pra leva-lá até o Cemitério Parque Jardim da Paz, o único cemitério parque de Porto Alegre, estava indo despedir-se de um grande amigo. No caminho me contou. que aquele foi seu 1º namorado e também o seu único e verdadeiro amor. Me deu um "nó na guela". Me contou que depois de anos de noivado, acharam que seus gênios não dariam certo, então resolveram terminar. Um ano depois estavam casados, ela morando aqui em Porto Alegre e ele no Nordeste. Tiveram um filho cada um. Separam-se e depois de + ou - 10 anos se reencontraram e resolveram tentar mais uma vez. A conclusão foi a mesma. Amizade é melhor. Mais alguns anos e eles já bem maduros se reencontraram novamente, mas dessa vez sem pretensão de nada, mas sempre com aquele cantinho do coração cheio de esperança. Ele morando de volta em Porto Alegre, cuidando da mãe, que sem demora viria a falecer. Ela trabalhando num ótimo emprego, cuidando do filho e da vida. A amizade foi indo, Até que 3 dias seguidos ele não fez nenhum contato com a única irmã. Resolveram ir até o apartamento e arrombar a porta. Encontraram ele caído na cama ainda com vida, mas sem nada a fazer. Ele tinha tido 3 AVCs seguidos, foi uma questão de horas. Depois de ter acompanhado o enterro levei minha passageira para o trabalho, pois ainda tinha o dia todo pela frente.

23.8.07

Coisas de Carlinha

Ontem me aconteceu algo inusitado coisas de taxista e como nada que acontece com taxista e normal lá vai mais uma destas historias hilarias. Peguei uma senhora e a bisca estava completamente bêbada e eu completamente pé atrás então começou a chorar dizendo que foi atropelada aiaiai pensei, essa dai vai me ferrar mas como boa samaritana que sou, logo fui lhe dizendo minha senhora quem sabe vamos no hospital?? mas ela nada não queria ir e eu querendo me livrar da mala sem alça insistia então ela chorava e dizia ququerer ir pra casa e eu insistia pra mala ir pro medico mas nada de convencer a senhora que a certa altura me repreendeu por chamar de senhora pq ela era uma guria claro que isso só na cabeça da coitada pq ela era mais enrugada que mondongo de açougue! mas fazer o que né, corrida é corrida. Mas quando tudo ia na maior maravilha ela chorando e eu me odiando por ter pego! entao ela me sai com essa -tu me da R$ 5,00 e eu desço aqui e não te denuncio por ter me atropelado!!! falou isso abrindo a porta do carro em plena Assis Brasil!! e imagina eu uma moça calma e tranquila como tempestade enlouqueci na hora ela desceu e eu desci atrás e ela gritando rua afora que ia me denunciar, pode isso???? Final da historia mandei um empurrão na bisca pedindo minha corrida e como não rendeu resolvi ir embora e deixar ela ali no chão com meu empurrão mas com um preju de R$ 10,00o que não foi dos piores não é mesmo??? Até mais ... Carlinha do táxi!!!!!!!!!!!!!!!!!!

22.7.07

A mais nova integrante do Taxidama



Gostaria de apresentar para vocês minha amiga Carla, uma guerreira assim como eu. Ela irá contribuir com algumas histórias para o Taxidama. Pois afinal ela também é uma dama-taxista. Então aguardem, porque essa guria tem muitas coisas pra contar. Eu até poderia falar alguma coisa, mas sem a permissão dela, nem pensar.

14.7.07

Aí pessoal, só pra esclarecer, quem visita o Taxidama, pensando que é um clone do Taxitramas, está enganado, pois eu não sei escrever como o Mauro e nem tenho essa pretensão, meu blog não tem nada parecido com o dele, que aliás é o maior sucesso e eu também não tenho muito tempo pra postar como ele. Enfim uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

8.7.07






Já estava quase chegando mo meu ponto quando um senhor de muletas me fez sinal para parar.
Eu não queria perder aquela grana. Parei e assim que o senhor entrou no carro senti o forte cheiro de bebida, putz.... me ralei, mas vamos lá.
Sem entender quase nada do que ele dizia, depois de algum tempo consegui entender que ele queria que eu o levasse a algum bar, pensei rápido, na outra esquina tem um buteco, vou largar essa mala ali mesmo.
Só que quando eu estava chegando o dono do bar estava na frente e já me fez um sinal e começou a gritar " no meu bar esse bêbado não!!!!" . Não acreditei, já estava quase em pânico, o que fazer, onde desovar aquela criatura, e o cheiro???? Então me acalmei e começei a raciocinar, na próxima esquina tem um outro buteco, mas se eu parar na frente, talvez o dono também não deixe ele entrar, vou ficar na rua ao lado e dar um jeito de fazer ele descer sem alarde. Foi o que eu fiz. Porém, ele começou a procurar o dinheiro pra pagar a corrida e não encontrava, pânico total! Depois de um longo tempo ele conseguiu encontrar a grana, mas não queria me pagar, olhou bem pra minha cara e disse "eu não vou te pagar", daí respondi "como é que é, então vamos ver!!". Consegui tirar o dinheiro da mão dele, aliás foi quase um assalto ao bêbado, mas não era justo, se eu não pegasse ele iria dar tudo pro cara do bar e eu além de estar trabalhando estava com aquele mala, fedendo e com um pepino na mão. Enfim consegui me livrar dele, na rua ao lado, com muita dificuldade, mas consegui. Fechei a porta e me mandei pro meu ponto, se o cara mandou ele embora eu não sei, só sei que nunca mais vi o bêbado naquela região.

16.10.05

DIALETO





No ponto que trabalho existem algumas figuras inesquecíveis, que criaram algumas novas palavras, um tanto quanto diferentes. Por exemplo:
redoviária = rodoviária
tiosque = quiosque
guaiaba = goiaba
reverendo do desarmamento = referendo do desarmamento
corcodilo = crocodilo
impim = aipim
vévi = vive
sanha = senha
arsacola = sacola
trabalhar afetivo – trabalhar efetivo
patógrafo = tacógrafo
manzoléo – mauzoléo
arçapão = alçapão
sobreexcelente = sobresalente
aribu = urubu
Será que alguém consegue formular um texto com essas palavras?
Da esquerda para direita, eu, Mauro (Taxitramas), Graça e Zé Bigode.